Autores: COSTA, A.P.R. e COLOMBO, L. B.

A ansiedade é uma emoção que pode ser pensada como uma mesa a dois, onde, de um lado senta a pessoa que está atravessando um processo ansioso, seja ele manifestado através de uma crise ou apenas um momento em que a ansiedade se faz presente. E de outro, há quem está sentado na cadeira da companhia.

E para quem se senta na cadeira da companhia, precisa compreender que há um importante papel a ser desempenhado, de muita ajuda, no atravessamento desta, que é uma emoção na grande maioria das vezes incontrolável.

Jargões sociais ditos comumente, como:

• Você precisa ser mais forte do que isso;
• É só um trabalho de escola, não tem por que ficar ansioso;
• Não pode deixar a ansiedade te dominar;
• Aff, de novo você com essas besteiras.

…Podem potencializar ainda mais a ansiedade. O ato de julgar não faz com que esta emoção se desligue. Julgando fechamos a porta para o cuidado, deixando de lado a bela experiência que temos de oferecer a escuta, através de uma simples, mas profunda pergunta “como posso te ajudar a lidar com tudo isso”?

Reconhecemos que não há um manual pronto, com passos previamente definidos, que seria quiçá a “solução”, pois se tratando de indivíduos, tratamos de individualidade, subjetividade, no qual, o que é efetivo para um, pode não ser para o outro. Mas, se eu pudesse lhe sugerir uma forma de ajuda humanamente eficaz, é o abraço e uma escuta consciente.

Quem se senta na cadeira da companhia, não precisa, tampouco deve, se sentir responsável por retirar quem sente, da experiência desconfortável de sentir, como diria Alexandre Coimbra Amaral “Escutar é fazer companhia” e ele complementa dizendo “Lidar com as emoções desagradáveis é ofício de uma vida inteira”. A responsabilidade enquanto um acompanhante de vida, é poder trazer segurança para momentos em que ela não se faz presente.

Muitos destes conhecimentos trazidos aqui, foram extraídos do sensível livro “Toda ansiedade merece um abraço”, livro este, que vos lhe indico.